Projeto SIG APA Tejupa - Perimetro Piraju - CEDIAP-GEO

Projeto vinculado ao do Centro de Estudos e Divulgação de Informações sobre Áreas Protegidas, Bacias Hidrográficas e Geoprocessamento da Unesp - Campus de Ourinhos. Pesquisa acadêmica da Pós-Graduação em Gerenciamento de Recursos Hídricos e Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas de José Alfredo Viana,  sob a orientação do Prof. Dr. Edson Luis Piroli. 

O objetivo deste trabalho é a proposição de inventário ambiental em SIG (Sistema de Informações Geográficas) alimentado por contribuição voluntária, fundamentando a conveniência e oportunidade de utilização de sistema de informação de apoio à gestão do ambiente. Para efeito de restrição de abrangência do estudo elegeu-se área concernente à APA - Corumbataí – Botucatu – Tejupá, perímetro Tejupá, no município de Piraju/SP.

 

Introdução

Em decorrência da valorização da informação pela sociedade, o compartilhamento de grandes volumes de informação espacial vem se tornando cada vez mais importante. Tornou-se fundamental nas organizações, auxiliando a tomada de decisões, uma infraestrutura adequada para a sua coleta, armazenamento, processamento, representação e distribuição.

As Tecnologias de Informação e Comunicação são a forma de garantir a função dos sistemas de informação enquanto infraestrutura de suporte ao fluxo de informação englobam os dispositivos de computador, tecnologias de dados e de armazenamento, técnicas de processamento e tecnologias de comunicação de dados e de informação, as preocupações com a comunicação de informação, nomeadamente as questões de mediação de base digital entre indivíduos, suporte a grupos, apresentação e visualização de dados e informação.

Sistemas de Informação Geográficos (SIG) estão se tornando núcleos de ambientes computacionais que envolvem grandes quantidades de usuários distribuídos em rede. Várias ferramentas passaram a permitir o acesso a grandes volumes de dados no formato de mapas e imagens de satélites, viabilizando o uso de informação geográfica em problemas do cotidiano.

Uma consequência da grande oferta de dados espaciais básicos online foi o surgimento de aplicações que permitem que uma pessoa acrescente dados sobre o espaço em que vive. Isto resulta, entre outras coisas, na possibilidade de localizar informações de interesse pessoal e anotar melhoramentos e correções que podem ser úteis em futuras revisões de mapas, contribuindo para melhorar a compreensão das intervenções urbanas por parte de variados públicos.

O projeto de sites voltados para a participação pública em questões locais (planejamento ou gestão do espaço público) podem hoje se beneficiar da perspectiva bottom-up propiciada pelas novas tecnologias, como por exemplo, da “informação geográfica de contribuição voluntária”, onde o input da informação provém não necessariamente do Estado, mas também dos próprios cidadãos.

A proliferação destes aplicativos, baseados no conceito da Web 2.0, abre as portas para a inovação. Milhões de usuários não são mais apenas vistos como consumidores, mas também são colaboradores e criadores de informação.

São exemplos ações do Projeto Ushahidi-Haiti (2010), que demonstrou o potencial do mapeamento geográfico para identificar e organizar resposta a catástrofes, fornecendo um modelo útil fundamental para a comunidade internacional alavancar e melhorar o atendimento a emergências.

 

Justificativa

O aumento da atividade humana provoca grande impacto sobre o ambiente. As atividades antrópicas e suas consequências resultam em reorganização do espaço. O planejamento ambiental tem adquirido destaque, dado o interesse em redirecioná-lo para considerar não somente os ambientes criados e modificados pelos seres humanos, mas também o ambiente natural ao seu redor, “a função de planejamento constitui o processo estruturado no qual ocorrem a tomada de decisão e a solução do problema” (KLISKEY, 1995).

Para delimitar a área a ser gerenciada, os cientistas ambientais têm considerado a bacia hidrográfica como unidade de estudo, já que os recursos hídricos são afetados diretamente pelos resíduos sólidos e líquidos gerados pelas atividades desenvolvidas a montante. A preservação e restauração dos ecossistemas, no entanto, implicam no desenvolvimento de técnicas e metodologias adequadas, que possibilitem um melhor conhecimento do ecossistema, suas funções, características, complexidades e balanço energético (TUNDISI, s/d).

O presente trabalho intenciona fundamentar proposição e uso do modo de produção conhecido comocrowdsourcing. Como referência tomar-se-á a Plataforma “Ushahidi” (testemunho em Swahili/Quênia), software open-source de mapeamento de crise, que proporciona uma maneira de capturar, organizar e distribuir informação crítica provenientes das partes diretamente afetadas, com visualização e mapeamento interativo.

O objetivo da proposição deste inventário ambiental é manter disponíveis e atualizadas todas as informações necessárias para o controle do gerenciamento ambiental. Processo de registro de ocorrências de um ou mais elementos da qualidade ambiental, de acordo com leis e programas preestabelecidos, no tempo e no espaço, monitoramento que visam à minimização dos impactos das ações do homem sobre o meio ambiente.

Não se intenciona a substituição ao Plano de Manejo, sua profundida técnica e abrangência superam as possibilidades presentes nos modelos de crowdsoucing, mas sim uma colaboração à sua elaboração futura, contribuindo para a publicidade da APA.

Material e Método

A elaboração do inventário ambiental da área deverá ser realizada por meio de identificação e avaliação de compartimentos ambientais e conflitos decorrentes do uso e ocupação da terra, trabalhando-se a conformação dos terrenos, a ocorrência de áreas prioritárias para a conservação do patrimônio natural e a identificação de áreas com potencial de exploração turística sustentável. A manipulação dos dados para a elaboração do inventário deverá utilizar as ferramentas do geoprocessamento.

Metodologia básica: Levantamento bibliográfico e análise da imagem de satélite, mapas, imagens de contribuição, mapa do uso e ocupação da terra, dentre outros materiais disponíveis.

O modelo de produção de informações a ser utilizado é o crowdsourcing, que faz uso da inteligência e dos conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias com base em colaboração. A partir da disponibilização de informação em website com os dados disponíveis (Plataforma USHAHIDI), organizar contribuição voluntária, checagem de campo, com o objetivo de observação do território, complementação e integração do conhecimento previamente apreendido.

Os contatos com os voluntários se darão por intermédio do website organizado para contribuição voluntária espontânea, poderão ainda ser realizados conjuntamente com as atividades de campo e indução de participação da sociedade civil organizada. A checagem campo deve ser registrada por meio de documentação fotográfica e de coordenadas geográficas.

 

Resultados Esperados

Intenciona-se demonstrar as possibilidades do uso do geoprocessamento como instrumento de apoio à decisão, com o levantamento de informações como o equacionamento de potenciais, limitações e prioridades de atuação, contribuindo ao mesmo tempo com a divulgação destas informações e correlatas através da comunicação bidirecional em redes sociais e afins, propiciando ciência, colaboração e publicidade concernente a APA - Corumbataí – Botucatu – Tejupá, perímetro Tejupá, e as causas ambientalistas de conservação do Rio Paranapanema.